Resultado da qualidade do ar no Carnaval sai em abril

07/02/2008

O resultado do monitoramento do ar durante o Carnaval de Salvador deste ano será conhecido no mês de abril, informou a coordenadora do projeto, Nelzair Vianna. As amostras das bromélias Tilandsia usneoides e os dados obtidos, com o uso do aparelho mecânico nefelômetro e do dispositivo de tubo passivo, serão analisados nos laboratórios das universidades federais do Rio de Janeiro (UFRJ) e de São Paulo (USP). A pesquisa identifica metais pesados e gases tóxicos inalados pelos foliões nos principais circuitos da festa.

A novidade do monitoramento deste ano foi o dispositivo de tubo passivo, monitor individual, produzido apenas com embalagem de filme fotográfico e filtros específicos, umedecidos com reagentes químicos, que mede a quantidade de dióxido de nitrogênio (NO2). Este gás é emitido na atmosfera por meio da combustão do diesel, utilizado nos trios elétricos, carros de apoio, caminhões de lixos, ônibus urbanos e outros veículos.

“Monitoramos as pessoas que estiveram mais expostas, como motoristas de trios, fiscais da prefeitura, seguranças de blocos e profissionais de saúde atuando nos postos médicos, dentro do bloco“, disse Vianna. Ela alerta para as principais conseqüências do NO2 no organismo, que são irritações da mucosa do nariz e alterações oculares.

As bromélias, também utilizadas no monitoramento, são capazes de reter em sua superfície escamosa partículas microscópicas de metais pesados e poluentes, que ameaçam a saúde humana. O nefelômetro, por sua vez, mede a concentração de material particulado (poeira em suspensão), com capacidade para detectar o tamanho máximo suficiente para penetrar no trato respiratório. As áreas de captação preferenciais foram regiões de concentração de trios, carros de apoio e interior dos blocos.

O projeto de monitoramento do ar é promovido pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado (Semarh), com a coordenação da pesquisadora Nelzair Vianna, em parceria com os dois principais departamentos de pesquisa ambiental do país, na área de poluição atmosférica, da USP e UFRJ.

Ascom/Semarh - (71)3115-6289/3836