15/12/2021

Foto: divulgação
Melhor longa-metragem pelo júri popular, melhor direção, melhor direção de arte, melhor maquiagem, melhor figurino, e prêmio da crítica para o melhor longa (pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema - Abraccine). Esta é a lista dos seis prêmios recebidos pelo longa baiano "Alice dos Anjos", de Daniel Leite Almeida, no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
"Para a gente, vencer seis candangos do Festival de Brasília é uma alegria imensa. Estamos em êxtase porque traz o protagonismo do cinema do interior e de alguma forma celebra o cinema brasileiro e Paulo Freire, já que o filme dialoga muito com a pedagogia do oprimido. A obra é resultado de um esforço coletivo, porque o filme foi feito de forma coletiva, com muito amor, esforço e dedicação de toda a equipe, então esses prêmios de alguma forma reconhecem isso", destaca Daniel.
Livremente inspirado em "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carroll, e em "Pedagogia do Oprimido", de Paulo Freire, Alice dos Anjos é um musical infanto-juvenil que faz uma releitura desses clássicos literários no contexto nordestino. A personagem principal é uma menina negra que trava uma guerra com um influente coronel que quer destituir as terras de comunidades tradicionais para construir uma usina hidrelétrica.
"O prêmio de melhor direção acho que foi a grande surpresa da noite. Fico muito feliz porque acho que de alguma forma o filme tem muito de mim, muito de minhas memórias e viagens na literatura. Então fazer uma releitura vem muito desse diálogo que já faço com a literatura desde sempre, minha vida inteira. Minha primeira experiência como diretor foi dirigindo crianças, isso me possibilita encontrar também com uma criança interna", destaca Daniel.

Além de diretor, roteirista e produtor executivo, Daniel também tem formação em Letras e é professor de literatura. Nascido no interior de Goiás em 1991, se tornou cineasta em Vitória da Conquista, cidade onde nasceu o cineasta Glauber Rocha. Lá ele se graduou em Cinema e Audiovisual pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), dirigiu e escreveu dezenas de projetos audiovisuais, fazendo do seu cinema uma ferramenta de questionamento social.
A diretora de Audiovisual da Funceb, Daniela Fernandes, destaca "A produtora Ato 3 [responsável pela realização do filme] desde 2014 vêm se constituindo como uma referência para os campos da produção e articulação da produção Audiovisual do território do Sudoeste. Juntamente com professores do curso de cinema, eles têm ganhado editais e agora se consagraram com o filme longa-metragem infanto-juvenil 'Alice dos Anjos' no Festival de Brasília".
Daniela complemente "Apesar do filme ter financiamento do governo federal, eles já ganharam outros editais do Estado (com recursos do Fundo de Cultura do Estado da Bahia e da Lei Aldir Blanc) e nós da Dimas reunimos, acompanhamos, participamos das atividades promovidas lá em Conquista, desde 2017, todos os anos, além de termos aplicado a política de indução para os territórios de identidade no Edital Setorial 2019 e no Prêmio Jorge Portugal, buscando contribuir nas articulações, na profissionalização e no fomento ao interior do Estado, neste caso específico ao território do Sudoeste".
Sobre a expectativa para os próximos passos, Daniel Leite Almeida revela: "agora a expectativa é que o filme vá para mais festivais, que ocorra o lançamento comercial, e que a gente consiga ver esse filme em tela grande, no território baiano e a gente celebre cada vez mais o cinema brasileiro, o cinema feito na Bahia".
O filme poderá ser visto até 16 de dezembro de 2021 através do link https://innsaei.tv/
Sinopse - Alice dos Anjos é uma menina esperta que vive no sertão nordestino, e que, após correr atrás de um bode preto apressado, é transportada a um lugar mágico, cheio de personagens malucos. Ela se vê, então, no meio de uma guerra contra um influente coronel que quer destituir as terras de comunidades tradicionais para construir uma usina hidrelétrica. À medida em que Alice se une aos seus amigos para lutar contra a opressão, ela se perceberá em uma jornada de autoconhecimento e consciência social.
Lista de prêmios
Melhor Longa-Metragem pelo Júri Popular (Petrobras): 'Alice dos Anjos' (BA), de Daniel Leite Almeida
Melhor Direção: Daniel Leite Almeida, por 'Alice dos Anjos' (BA)
Melhor Direção de Arte: Luciana Buarque, por 'Alice dos Anjos' (BA)
Melhor Caracterização (Maquiagem): Claudia Riston, por 'Alice dos Anjos' (BA)
Melhor Caracterização (Figurino): Lívia Liu, por 'Alice dos Anjos' (BA
Prêmio da crítica (Associação Brasileira de Críticos de Cinema – Abraccine) para o melhor longa: Alice dos Anjos (BA), de Daniel Leite Almeida